ATA DA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 1º-03-2006.
Ao primeiro dia do mês de março do ano de dois mil e seis,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Raul,
Elias Vidal, Hernandi Mello, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Paulo Odone, Professor Garcia, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos
223, 224 e 225/06 (Processos nos 0827, 0828 e 0829/06,
respectivamente); pela Vereadora Margarete Moraes, os Pedidos de Providência nos
226, 227 e 228/06 (Processos nos 0830, 0831 e 0832/06,
respectivamente) e o Pedido de Informação nº 050/06 (Processo nº 0917/06). Também,
foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre: de no
146/06, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 010/06 (Processo nº
0963/06); de nº 147/06, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 009/06
(Processo nº 0962/06). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
10010108, 10010183, 10010246, 10010258, 10010263, 10010355, 10010390, 10010407,
10010468, 10010526, 10010593 e 10017097/06, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Na oportunidade, em face da inexistência de quórum
deliberativo, deixou de ser votada a Ata da Sessão de Instalação da Segunda
Sessão Legislativa Ordinária. A seguir, o Senhor Presidente declarou empossado
na vereança o Suplente Dr. Raul, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Educação, Cultura e Esportes, em substituição ao Vereador Sebastião
Melo, em Licença para Tratar de Interesses Particulares, do dia primeiro ao dia
dezenove de março do corrente, conforme Requerimento aprovado na Sessão
Ordinária do dia vinte e dois
de fevereiro do corrente. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 009, 010, 017
e 019/06 e 113/01, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelos
Vereadores João Antonio Dib e Raul Carrion, 331/05, discutido pelo Vereador
Raul Carrion, e 013/06, discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini e João
Antonio Dib, o Projetos de Resolução nos 061/05, 002, 006,
007, 012, 018, 030, 033, 040, 041, 051 e 001/06, este discutido pela Vereadora
Margarete Moraes, e 016/06, discutido pelo Vereador Raul Carrion; em 3ª Sessão,
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/97, os Projetos de Lei do
Legislativo nos
177/99 e 197/01, discutidos pelo Vereador Raul Carrion, 285 e 270/01, 114 e
134/03, 189, 317 e 230/05, este discutido pelo Vereador Adeli Sell e pela
Vereadora Margarete Moraes, 320 e 321/05, discutidos pelos Vereadores Carlos
Todeschini e João Antonio Dib, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 030/02. Na ocasião, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento da Vereadora Mônica Leal, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Hernandi Mello, após a entrega
de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal
e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Ainda, foram apregoadas Declarações firmadas
pelo Vereador João Antonio Dib, Líder
da Bancada do PP, informando o impedimento dos Suplentes Newton Braga Rosa, Leandro Soares, Beto Rigotti,
Ivan Bruxel e Caio Graco em assumirem a vereança no dia de hoje, em
substituição à Vereadora Mônica Leal. Também, foi apregoada Declaração firmada
pela Suplente Lisiane Pratini de Moraes, informando seu impedimento em assumir
a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Mônica Leal. A seguir,
nos termos do § 8º do artigo 12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Vereador Hernandi Mello, que registrou sua satisfação por integrar a
Câmara Municipal de Porto Alegre, frisando sua intenção de colaborar, de forma
ética e responsável, com os trabalhos realizados por este Legislativo. Da mesma
forma, cumprimentou o Senhor Tarso Boelter, classificando como excelente a
gestão realizada por Sua Senhoria como Presidente do Diretório Metropolitano do
Partido Progressista. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor
Tarso Boelter, Presidente do Diretório Metropolitano do Partido Progressista.
Ainda, por solicitação do Vereador Adeli Sell, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Hainsi Gralow,
ex-Presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil – AFUBRA, falecido no
dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo leu mensagem
de correio eletrônico encaminhado pelo Cerimonial da Prefeitura Municipal,
convidando para o Ato de Assinatura do Decreto que institui, no ano de dois mil
e seis, as comemorações dos “trinta anos sem Jango”, programado para hoje, no
Salão Nobre do Paço dos Açorianos. Também, abordou a trajetória política do
ex-Presidente João Goulart, afirmando ter sido ele uma das grandes figuras da
história brasileira do século passado. O Vereador Elias Vidal comentou o
Projeto de Lei do Legislativo nº 317/05, de sua autoria, em tramitação em
Pauta, que disciplina o horário de funcionamento das atividades de bares, restaurantes,
lanchonetes e similares que servem bebidas alcoólicas. Nesse sentido,
apresentou dados relativos ao consumo de álcool e drogas no Município,
lembrando que essa situação é sinônimo de riscos à saúde, crescimento dos
acidentes de trânsito e maiores índices de violência e criminalidade. A Vereadora
Margarete Moraes elogiou os carnavalescos de Porto Alegre pelo Carnaval 2006,
discorrendo sobre a construção do Complexo Cultural do Porto Seco. Ainda, asseverou
que o Partido dos Trabalhadores, mesmo fazendo sua autocrítica, possui consciência
e orgulho do trabalho de seus integrantes e buscará, junto à população, neste
ano de eleições presidenciais, o debate aprofundado das propostas de gestão
defendidas pelos candidatos aos Governos Estadual e Federal. O Vereador Dr.
Raul saudou o Governo Municipal, pela realização de eventos destinados a
assinalar o transcurso dos trinta anos da morte do ex-Presidente João Goulart.
Igualmente, solicitou o apoio dos Senhores Vereadores para o Projeto de Lei do
Legislativo nº 090/05, em tramitação na Casa, que autoriza a criação do Centro
Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre – CIPF, destacando a
importância da orientação e conscientização dos cidadãos no referente ao
assunto. A Vereadora Manuela d’Ávila comparou políticas de ensino defendidas
pelos Governos Estadual e Federal, avaliando propostas como as da instituição
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, da Reforma
Universitária e do Programa Universidade para Todos. Finalizando, alertou para
a possibilidade de greve dos professores públicos gaúchos a partir de amanhã e
criticou a gestão do Senhor José Alberto Reus Fortunati na
Secretaria Estadual da Educação. Após, o Senhor Presidente registrou o recebimento
de convite encaminhado pelos Senhores José Fogaça e Isaac Ainhorn, respectivamente
Prefeito de Porto Alegre e Secretário do Planejamento Municipal, para o Ato de
Assinatura do Decreto que institui, no ano de dois mil e seis, as comemorações
dos “trinta anos sem Jango”, a realizar-se no Salão Nobre do Paço dos Açorianos,
hoje, às quinze horas e trinta minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Elói Guimarães refutou decisão do Supremo Tribunal Federal, que considera
inconstitucional a Lei Federal nº 8.072,
conhecida como Lei dos Crimes Hediondos, alegando que essa medida é
prejudicial aos interesses da população brasileira. Em relação ao assunto,
afirmou que quadrilhas e criminosos de maior periculosidade serão beneficiados
por essa mudança, salientando que os crimes hediondos, diferentemente dos
comuns, sempre têm agravantes. O Vereador Ervino Besson corroborou o pronunciamento
do Vereador Elói Guimarães em Comunicação de Líder, hoje, sugerindo à Mesa Diretora
o envio de cópia dos apanhados taquigráficos desse discurso ao Supremo Tribunal
Federal. Além disso, recomendou que esta Casa seja representada oficialmente no
ato de assinatura do Decreto Municipal que institui, neste ano, as comemorações
dos trinta anos sem João Goulart, frisando a relevância desse político para a
história brasileira. A seguir, o Vereador Paulo Odone formulou Requerimento verbal,
indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando a suspensão dos trabalhos para
que os Senhores Vereadores pudessem comparecer ao ato de assinatura do Decreto
Municipal que institui, no ano de dois mil e seis, as comemorações dos trinta
anos sem João Goulart, tendo os Vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães e
Haroldo de Souza se manifestado sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador José Ismael Heinen aprovou as comemorações dos trinta anos da morte de
João Goulart, aplaudindo essa iniciativa da Prefeitura Municipal. Também,
formulou críticas ao desempenho do Partido dos Trabalhadores e aliados no
Governo Federal, considerando antiética a postura demonstrada por políticos
ligados a essa corrente ideológica e cobrando melhores índices de desenvolvimento
econômico e social no Brasil. O Vereador João Antonio Dib posicionou-se
contrariamente ao material publicitário do Governo Federal sobre investimentos
realizados na recuperação de rodovias, argumentando que o Presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, está em campanha para as eleições deste
ano. Em relação ao assunto, apoiou o licenciamento do Governador do Estado,
Germano Rigotto, enfatizando que não estão sendo utilizados recursos públicos
na defesa de seus interesses eleitorais. Em continuidade, o Senhor Presidente
comunicou que os Vereadores Paulo Odone e Elói Guimarães e as Vereadoras Neuza
Canabarro, Clênia Maranhão e Maristela Maffei se encontram representando externamente
este Legislativo no ato de assinatura do Decreto Municipal que institui, no ano
de dois mil e seis, as comemorações dos trinta anos sem João Goulart, realizado
no Paço Municipal. Às quinze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a
inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que
eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Mesa declara empossado o Ver. Dr. Raul, em substituição ao Ver. Sebastião Melo,
que se encontra em licença. O Dr. Raul integrará a Comissão de Educação,
Cultura e Esportes e também fará parte da CPI.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N. 1872/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 113/01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o Executivo Municipal a ceder, por comodato, às Escolas de samba e
Tribos Indígenas as áreas por elas ocupadas.
PROC.
N. 7351/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 331/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
institui a Semana Municipal de Controle da Anemia Ferropriva, que se iniciará
na última segunda-feira de março de cada ano.
PROC.
N. 7401/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 061/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o Título
Honorífico e o Troféu José Bertaso a Luis Fernando Veríssimo.
PROC.
N. 0001/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 001/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede a Comenda
Pedro Weingärtner à Arminda Souto Lopes.
PROC.
N. 0002/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 002/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Mário
Rigatto ao Dr. Abraão Winogron.
PROC.
N. 0007/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 006/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o prêmio
artístico “Lupicínio Rodrigues” à Banda
de Música da Polícia do Exército do Comando Militar do Sul – 3º BPE – CMS.
PROC.
N. 0008/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 007/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Prêmio
Tradicionalista Glaucus Saraiva ao CTG Glaucus Saraiva.
PROC.
N. 0015/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 012/06, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede ao Arquiteto Otávio Urquiza Chaves o
Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger.
PROC.
N. 0019/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 016/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Manuela d'Ávila,
que concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Senhora
Maria Helena Martinho, na modalidade personalidade, à Caixa Econômica Federal,
na modalidade empresa, e ao Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul na
modalidade entidade.
PROC.
N. 0023/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 018/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título
honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao Tenista Pedro Posselt.
PROC.
N. 0039/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 030/06, de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Prêmio
Jornalístico Maurício Sirotsky Sobrinho
ao Senhor Mauro Saraiva Junior.
PROC.
N. 0043/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 033/06, de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Prêmio
“Construtor da Paz” ao Senhor Daisaku
Ikeda.
PROC.
N. 0084/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 040/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o Prêmio
de Educação Thereza Noronha ao Professor Doutor José Eduardo Zdanowicz.
PROC.
N. 0089/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 041/06, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que concede o troféu
Honra ao Mérito à Senhora Maria Lúcia Kruel Elbern.
PROC.
N. 0334/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 009/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
altera a Lei n. 2.022, de 7 de dezembro de 1959, e alterações posteriores, que
dá denominação aos bairros de Porto Alegre, mediante modificação da redação do
inciso LVI e inclusão do inciso LVII no art. 2º, renumerando os demais, dando
nova delimitação ao bairro Vila Nova e criando o bairro Jardim Vila Nova.
PROC.
N. 0343/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 010/06, de autoria do Ver. Professor Garcia, que
institui, no Município de Porto Alegre, a Feira do Peixe da Restinga, a ser
realizada, anualmente, na Semana Santa, que passará a integrar o Calendário de
Eventos Oficiais de Porto Alegre.
PROC.
N. 0486/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 013/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Engenheiro Emídio
Marques Ferreira.
PROC.
N. 0568/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 051/06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o Prêmio
“Construtor da Paz” à Brigada Militar do RS na categoria órgão público.
PROC.
N. 0581/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 017/06, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
denomina Rua Alfredo Torres de Vasconcellos um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Agronomia.
PROC.
N. 0619/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 019/06, de autoria da Verª Mônica Leal, que
institui a Semana Municipal de Combate à Evasão Escolar, a ser realizada
anualmente, no mês de setembro, na semana que abranger o dia 15, que passa a
integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.
3.ª SESSÃO
PROC.
N. 3011/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 025/97, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que reduz o pagamento do IPTU e do ISSQN de toda a pessoa
física que assumir, oficialmente, menores ou adolescentes abandonados ou
desassistidos, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, no Município
de Porto Alegre.
PROC.
N. 3299/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 177/99, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
assegura à criança portadora de deficiência física, mental ou sensorial
prioridade de vaga em escola da rede pública municipal. Com Emendas nos. 01
e 02.
PROC.
N. 2976/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 197/01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que dispõe sobre a obrigatoriedade de ser feita a coleta de preventivo
de câncer de colo uterino em 80% das mulheres que compareçam em qualquer posto
de saúde que compõe a rede de atendimento do Município de Porto Alegre.
PROC.
N. 4240/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 285/01, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e
Maria Luiza, que autoriza o Poder Executivo a implantar quatro postos de
atendimento à saúde 24 horas, distribuídos nos pontos de maior densidade
populacional, nas áreas norte, sul, leste e oeste do Município. Com
Substitutivo n. 01.
PROC.
N. 0806/02 - SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria do Ver. Luiz Braz, que disciplina a
circulação de veículos de tração animal no Município de Porto Alegre e dá
outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 030/02, de autoria do
Ver. Nereu D'Avila. Com Emendas nos. 01 a 07 ao Projeto. Com
Subemenda n. 01 à Emenda n. 06 ao Projeto. Com Emendas nos. 01 e 02 ao
Substitutivo n. 01. Com Subemenda n. 01 à Emenda n. 01 ao Substitutivo n. 01.
PROC.
N. 4017/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 270/01, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
altera a denominação da classe Auxiliar de Laboratório e Análises do grupo
Saúde e Assistência, constante no Anexo I-A da Lei n. 6.309, de 28 de dezembro
de 1988, e alterações posteriores (Plano de Carreira dos Funcionários da
Administração Centralizada do Município).
PROC.
N. 2454/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 114/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
institui o serviço de analgesia de parto nas maternidades do SUS, no Município.
Com Emenda n. 01.
PROC.
N. 2723/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 134/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o Executivo Municipal a exigir das empresas contratadas para realizar
a construção de equipamentos ou similares do Município o aproveitamento de, no
mínimo, 51% da mão-de-obra local.
PROC.
N. 4074/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 189/05, de autoria da Verª Manuela d'Ávila, que
institui o Programa Municipal de Fomento ao Teatro e Dança para a cidade de
Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
N. 4824/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 230/05, de autoria da Verª Manuela d'Ávila, que
dispõe sobre a utilização de viadutos e muros das escolas públicas municipais
para aplicação de arte em grafite.
PROC.
N. 7006/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 317/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
disciplina, no Município, o horário de funcionamento das atividades de bares,
restaurantes, lanchonetes e similares que servem bebidas alcoólicas e dá outras
providências.
PROC.
N. 7039/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 320/05, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que dispõe sobre o uso do Gás Natural Veicular nos veículos do
Poder Público Municipal.
PROC.
N. 7040/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 321/05, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que cria o Programa de Adequação da Frota de Veículos do Poder Público
Municipal ao uso do Gás Natural Veicular.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
Dizia-me
hoje um Procurador da Justiça do Estado, comparando Porto Alegre com o Rio de
Janeiro, também com João Pessoa, porque ele tinha visto isso na televisão,
sobre a limpeza, o cuidado e a guarda dos monumentos dessas Cidades. E nós,
aqui no Rio Grande do Sul - está em terceira discussão de Pauta -, que temos a
fama de ser um Estado esclarecido, um Estado com alto grau de civilização, de
politização, pecamos profundamente no cuidado com o patrimônio, e muitas vezes
se confunde - como já ficou evidente aqui na primeira discussão, na semana
passada -, a questão da grafitagem com a pichação. O grafite é uma arte
mundial, é uma arte essencialmente urbana de intervenção nos espaços, e nós
queremos que o jovem artista, que as pessoas possam expressar seus pensamentos,
inclusive sua rebeldia, através de espaços concedidos, de espaços incentivados,
para que nós possamos colorir nossa Cidade; e, Ver. João Dib, eu dava aqui o
exemplo da cidade de Barueri, na Grande São Paulo, uma cidade suja, uma cidade
malcuidada, uma cidade com pichações, cujos espaços públicos sujos, gris,
cinzas, foram transformados em espaços claros, espaços limpos, espaços de
expressão artística, inclusive com a expressão da sua fundação, da sua
natureza, que é de origem indígena.
Nós
temos que fazer com que o Muro da Mauá seja transformado. Por exemplo, certa
feita, Verª Margarete, esse muro foi pintado, foi belamente trabalhado pelos
artistas plásticos da nossa Cidade, mas hoje está pichado. Eu lembro, inclusive,
Verª Manuela d’Ávila, do nosso Túnel da Conceição, que teve um momento em que
ele foi limpo, em que ele foi totalmente trabalhado pelos nossos artistas.
Quiçá com a sua idéia, com o nosso empenho, com o nosso trabalho, possamos ter
aquele espaço cinza, aquele espaço sujo, aquele espaço que dá um certo medo
transformado num espaço claro, límpido, em que as pessoas são chamadas a
intervir com a sua arte, com a sua paixão pela cidade de Porto Alegre. Em vez
de termos pichadas palavras de ordem, xingamentos, e nós não precisamos mais de
xingamentos, o que nós precisamos ter é o verdadeiro debate político, com as
manifestações populares respeitadas, com espaços em que todos os segmentos
políticos e sociais possam-se expressar, mas que nós tenhamos uma Cidade, sim,
colorida. Eu já havia proposto à Associação dos Comerciantes de Material de
Construção – a Acomac – que nós aproveitássemos, e quem sabe neste ano possamos
fazer isso, Verª Manuela d'Ávila, no início da primavera, efetivar esse seu
Projeto para que a primavera seja recebida com as tintas e com as cores,
multicoloridas, vivas, bonitas. Eu trabalho nessa perspectiva; nesse sentido,
eu penso que nós podemos fazer de Porto Alegre, sim, um exemplo. Como disse,
hoje de manhã, num debate, o Dr. Armando Lotti, sobre o nosso monumento a Júlio
de Castilhos, uma das obras de arte mais interessantes da nossa Cidade, porque
ela é a expressão de uma época, de uma cultura, de uma ideologia. Eram e são as
idéias de Kant, do Positivismo, expressas no principal espaço de visitação que
nós temos na Cidade, que é a Praça da Matriz, toda ela detonada. Creio que
dessa maneira nós poderemos ter, sim, espaços coloridos, limpos.
Dizia inclusive ao Presidente da Câmara, na semana
passada, que nós poderíamos começar dando o exemplo em casa, fazendo uma
limpeza dos totens que chamam para a Câmara Municipal de Porto Alegre. Quem
sabe o processo recivilizatório na cidade de Porto Alegre comece nesta Casa,
com um debate franco, honesto entre as pessoas, para que nós possamos, sim, aprovar
idéias boas e implementá-las imediatamente, para que não se fique apenas nas
idéias. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Mônica
Leal solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Colocam-se
como impossibilitados para assumir a Vereança os Suplentes Newton Braga Rosa,
Leandro Dias Soares, Luiz Alberto Rigotti, Ivan Bruxel, Lisiane Pratini de
Moraes e Caio Graco.
Convidamos
os Srs. Líderes de Bancada para conduzirem até
a Mesa o Ver. Hernandi Mello, para tomar posse em substituição à Verª Mônica
Leal.
Solicito ao
Ver. Hernandi Mello que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta
Mesa.
(Procede-se à
entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito que os presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Ver.
Hernandi Mello prestará a seguir.
O SR. HERNANDI MELLO: "Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o
mandato que me foi conferido pelo povo." (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Informamos que o Ver.
Hernandi Mello passará a integrar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, neste
dia.
O Ver.
Hernandi Mello está com a palavra.
O SR. HERNANDI MELLO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores presentes, tenho a maior satisfação de estar
aqui neste momento em que estou assumindo como Vereador. Tenho a certeza de que
poderei fazer o melhor possível dentro da ética.
Cumprimento
a Executiva do Partido Progressista, em nome de seu Presidente, Tarso Boelter,
que vem representando Porto Alegre com excelente trabalho, representando também
todos os presidentes de associações comunitárias e de cada vila de Porto
Alegre, porque realmente há uma necessidade muito grande.
Fico
muito feliz por esta oportunidade, prometendo fazer realmente o possível dentro
das minhas condições.
Quero
agradecer também ao Ver. Nedel, que também vem fazendo um excelente trabalho
nesta Câmara Municipal. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Também
queremos agradecer pela presença aqui em nosso plenário do Dr. Tarso Boelter,
Presidente do Diretório Metropolitano do PP.
O
SR. ADELI SELL (Requerimento):
Ver. Braz, se V. Exª me permite, eu queria requerer um minuto de silêncio pela
morte do Sr. Hainsi Gralow, que era o Presidente da Associação dos Fumicultores
do Brasil. Creio que muitos Vereadores o conheceram, ele foi uma pessoa que
trabalhou e defendeu essa cultura de forma muito árdua aqui no Rio Grande do
Sul. Ele estava indo a Florianópolis para fazer uma palestra e, no percurso, se
sentiu mal, morrendo em decorrência de um ataque cardíaco. Então, em homenagem
ao Sr. Hainsi Gralow, peço um minuto de silêncio.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): De
acordo com o Requerimento do Ver. Adeli Sell, vamos fazer um minuto de silêncio
em homenagem póstuma à pessoa citada por ele.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
público presente e que nos assiste pela TVCâmara; venho a esta tribuna, no dia
de hoje, também para me solidarizar com o Projeto de Lei de iniciativa do
Legislativo, o PLL nº 013/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede
Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao engenheiro Emídio Marques
Ferreira.
O
engenheiro Emídio é um dos grandes valores, foi um dos grandes expoentes da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e é uma pessoa que, como poucas, conhece
o assunto de pavimentos, de asfaltos, tendo desenvolvido, inclusive, as
tecnologias do asfalto ecológico e da reciclagem de pneus, o que traz grandes
benefícios à economia, ao País, com aporte do seu conhecimento do
desenvolvimento tecnológico. Ainda mais agora que o Brasil está reconstruindo
cerca de 20 mil quilômetros de estradas federais que estavam completamente
destruídas. E, mais do que nunca, Ver. João Dib, faz-se necessário e importante
termos por perto pessoas como o engenheiro Emídio, que eu conheço muito bem e é
um profissional de elite. Porto Alegre teve a sorte de tê-lo, e ele,
certamente, trará muitos benefícios com o seu conhecimento, com a tecnologia
que domina, para o desenvolvimento do Brasil.
Então,
cumprimento V. Exª por esta homenagem, ainda mais que o Brasil vai ter uma
grande expansão na recuperação da malha rodoviária - há muito tempo era sentida
a falta da conservação das estradas -, e nós vamos ter a tranqüilidade de
podermos andar em estradas de qualidade, estradas seguras e, mais do que isso,
estradas sem pedágio, porque o Governo Federal está recuperando as estradas sem
a política de implantação de pedágios. Então, eu o cumprimento, Vereador, por
essa iniciativa muito mais do que bem-vinda no momento em que a economia do
Brasil cresce e que as estradas se fazem mais necessárias; estradas mais
seguras ainda são demandadas. É preciso escoar a economia, escoar a produção, é
preciso que as pessoas trafeguem em segurança.
Eu
também quero falar a respeito dos dois últimos Projetos em Pauta hoje, que são
de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo. Um deles dispõe a respeito do uso de
gás natural veicular nos veículos do Poder Público Municipal, e o outro cria o
programa de adequação da frota de veículos do Poder Público Municipal ao gás
natural veicular. Eu venho aqui para elogiar essa iniciativa e vou lhe dizer
que o seu Projeto, possivelmente, seja “detonado” nas Comissões, como o similar
que eu tenho a respeito da questão do uso do biodiesel. Não sei se não houve
compreensão ou se não houve vontade de compreender. Agora, é louvável a sua
iniciativa, Ver. Bernardino, ainda mais quando nós recebemos notícias da
comunidade científica mundial, muito preocupada com os efeitos do aquecimento
global, com o derretimento das geleiras, com a diminuição do tamanho da área da
Groelândia e da Sibéria, que são as áreas de regulação do clima e da temperatura
sobre a Terra. E nós estamos vivendo catástrofes com extremos de temperaturas
geladas e também extremos de temperaturas quentes, trazendo conseqüências
ambientais incontroláveis. Isso pode ser combatido com medidas simples como o
uso do gás natural, porque o GNV é composto basicamente por gás metano, que não
é um gás que tem conseqüências muito drásticas no efeito estufa. Assim como o
Brasil tem a sorte de ter o álcool, que não produz efeitos poluentes que
acarretam o efeito estufa, assim como o biodiesel, em que o Brasil é pioneiro e
vai alargar os investimentos e a base de ampliação, combinando produção,
política energética limpa, sustentável e defesa do meio ambiente.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Dividimos essa idéia em dois Projetos. Um deles vai estabelecer que
os automóveis do Poder Público, tanto nas locações como nas aquisições, terão
de ter essa condição de serem movidos pelo combustível GNV. O outro Projeto vai
tratar da transformação gradativa da atual frota, tanto a locada quanto a
adquirida, que serão gradativamente transformadas na condição de serem
locomovidas também com o combustível GNV. Quero fazer o registro de que fico
preocupado com que alguém possa pensar em votar contra o Projeto, e chamo a
atenção de que os Executivos e Legislativos, e nós, enquanto homens públicos,
deveríamos dar o exemplo. Não podemos permitir que os Municípios, Estados e
Governo Federal façam campanha, como estão fazendo, para que se adapte, para
que se estabeleça essa prática do uso do GNV, e não darmos o exemplo nas nossas
frotas. Se não for aprovado o Projeto, eu, sinceramente, vou lamentar
profundamente, porque temos de, acima de tudo, dar o exemplo à sociedade.
Obrigado.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Vereador, e quero testemunhar
que o meu veículo é movido a GNV, por questão de economia e por questão de
eficiência.
Fico
preocupado, porque, quando fizemos o Projeto do biodiesel, tanto para a frota
municipal, bem como para a frota dos carros locados ou prestadores de serviço,
o Projeto foi “bombardeado” em todas as Comissões.
É
ruim quando isso acontece, porque não há compreensão, principalmente, no
período em que nós enfrentamos uma situação de preocupação drástica em nível
ambiental planetário. E essas medidas de uso do GNV, de uso do álcool, e de uso
do biodiesel são medidas eficazes e eficientes para combater os efeitos da
poluição e do efeito estufa. Muito obrigado pela atenção de todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Margarete Moraes está com a
palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Excelentíssimo
Sr. Vereador Luiz Braz, querido Presidente desta Casa neste momento, queria
fazer uma referência, em primeiro lugar, a um Projeto do Ver. Dr. Goulart, que
está em primeira Sessão, que autoriza o Executivo a ceder, por comodato, às
Escolas de Samba e Tribos Indígenas as áreas por elas ocupadas. Quero dizer que
este é um belo Projeto, mas que é uma atribuição do Executivo, é uma atribuição
do Prefeito. Na época do Prefeito João Verle foi feita uma análise de toda a
situação de todas as escolas de samba, que a maioria, na verdade, encontra-se
em área pública, e muitas têm muitos problemas, inclusive problemas jurídicos,
e a solução para isso não é fazer um projeto e colocar para todas as escolas.
Existe um estudo que deve ser recuperado, e isso deve ser uma iniciativa do
Prefeito José Fogaça. Queria dizer isso com todo o carinho ao Ver. Dr. Goulart.
O
segundo Projeto é de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que concede a Comenda Pedro
Weigärtner à Arminda Souto Lopes. Quero me congratular com o Ver. Nereu
D’Avila, a Arminda é uma grande escultora que orgulha a todos nós, e também uma
pessoa de grande sensibilidade, de grande humanidade, e merece certamente essa Comenda
Pedro Weigärtner.
Mas
ao que eu queria me referir mesmo, com mais tempo, é ao Projeto de Lei da Verª
Manuela, assim como o Adeli Sell, nosso querido companheiro, já fez, e aí eu
queria fazer uma referência ao Projeto do Ver. Raul Carrion, a um Projeto meu,
porque esses três Projetos estão ligados a um conceito de que a arte deve ser a
mais pública possível, deve estar à disposição de todas as pessoas, para
gostar, para não gostar, assim como todas as pessoas devem ter acesso aos meios
da arte. Então o Projeto do Ver. Raul coloca obras de arte nas futuras
construções da Cidade, públicas e privadas, e isso favorece as pessoas,
favorece a Cidade, favorece os artistas. Infelizmente, Ver. Raul Carrion, foi
vetado. O meu Projeto diz respeito a obras de arte, por um tempo determinado,
em tapumes, para se ter uma visão muito melhor, uma estética da cidade de Porto
Alegre, que consolasse as pessoas, que fosse uma coisa boa, Ver. Claudio
Sebenelo, eu sei que V. Exª também é um entusiasta disso.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Agradeço pelo aparte, e quero
dizer que me congratulo com o seu pronunciamento, e o grande escultor Carlos
Tennius, autor de uma obra prima - o Viaduto dos Açorianos - ele diz que a obra de arte é
para o povo, é para a praça, é ao ar livre, é para usufruto de todos. Meus
parabéns pelo seu Projeto, inclusive pela insistência de que um dia nós vamos
vencer a insensibilidade dos que maltratam tanto as nossas obras de arte. Muito
obrigado.
A SRA. MARGARETE MORAES: Que bom contar
com o seu apoio. O Projeto de autoria da Verª Manuela, na verdade, vai contra a
pichação. É essa a idéia. A pichação é destruidora, a pichação é sinônimo de
barbárie; já o grafite é uma expressão artística que surgiu com a juventude das
periferias das grandes cidades. Surgiu em Nova Iorque, surgiu em Paris, a
partir de algo que, hoje, se denomina hip-hop, que é o poema ritmado, o
poema cantado; o break, a dança, a expressão artística, a expressão
plástica. Então, esse Projeto, Ver. Raul Carrion, da Verª Manuela, oferece uma
alternativa para os jovens da periferia. Uma alternativa de inclusão, uma
alternativa de terem possibilidade à própria expressão. E, também, eu creio que
favorece um sentimento de amor pela cidade. Aquilo que foi feito deve ser
cuidado.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Rapidamente, em primeiro lugar quero
parabenizar V. Exª pelo pronunciamento, dar o nosso apoio ao Projeto, já
manifestei o apoio ao Projeto da Verª Manuela, e quero dizer que V. Exª vai
enfrentar muitas resistências ao seu Projeto. Quero comentar que o nosso
Projeto, considero nosso, desta Casa, aprovado pela imensa maioria, das obras
de arte em prédios, ele realmente foi vetado na sua íntegra, pelo Sr. Prefeito
- mal aconselhado, certamente -, mas já estamos numa negociação. Fizemos uma
reunião, já, com a área artística, empresarial, e devemos, com a concordância
do Governo, entrar com um projeto com o compromisso dele de aprovar. Agradeço
pela referência.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente Ver. Luiz Braz, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, hoje é o terceiro
dia, com esta Sessão Legislativa, que temos matéria nova em Pauta. Já somam 46
Projetos. O problema do Brasil não é falta de leis, o problema da Cidade não é
falta de leis, é falta de cumprimento à lei. É claro que nós não fomos ao
exagero da Assembléia Legislativa, onde um Deputado, no primeiro dia de Sessão,
protocolou 101 projetos de lei.
Eu
gostaria de saber qual o fato social que não pode ser enquadrado em lei
existente. Eu gostaria que alguém me dissesse. Mas, de qualquer forma, os
legisladores parecem entender que a sua missão é fazer leis, leis e mais leis
e, na verdade, não é essa a sua missão. A missão do legislador, em primeiro
lugar, é o poder/dever de fiscalizar. É fiscalizar o cumprimento da lei, porque
nós temos leis para tudo, só não há fiscalização.
O
nosso Presidente, o Ver. Dr. Goulart, tem o primeiro Projeto em Pauta hoje, que
autoriza o Município a ceder por comodato às escolas de samba e tribos
indígenas as áreas por elas ocupadas.
Em
primeiro lugar, a Exposição de Motivos do Presidente é sucinta. Em segundo
lugar, teríamos que saber quais áreas são essas para podermos opinar sobre
elas. Em terceiro lugar, eu tenho que aplaudir, mais uma vez, o Procurador da
Casa, o Dr. Cláudio Roberto Velasquez, pela clareza do seu Parecer prévio. Ele
ressalva que o comodato, por ser contrato de direito privado, não é o
instrumento jurídico adequado à utilização de imóveis públicos por terceiros. A
Lei Orgânica, diante disso, no art. 15, somente prevê e autoriza a utilização,
por particulares, através dos institutos jurídicos da concessão, permissão ou
autorização de uso. Talvez fosse esse o caso.
E,
adiante, ele diz que quando o Projeto Autorizativo está impondo ao Prefeito
determinadas atitudes, ele está novamente se manifestando de forma indevida.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Dib. Eu quero lhe cumprimentar. V. Exª realmente tem
questionado muito o excesso de leis, inclusive desta Casa, e agora lá na Assembléia
Legislativa. Eu tenho dois Projetos, um que determina a migração gradativa dos
automóveis do Município à condição de terem como combustível o GNV, e o outro
que determina que, após a aprovação do Projeto, o Município não possa adquirir
automóveis, a não ser que esses também tenham a condição de terem como
combustível o GNV. Eu entendo, Vereador, que nós não podemos permitir que o
Executivo Municipal, de um modo geral o Município, incentive esse combustível e
não dê exemplo. Eu o consulto – com toda a experiência de V. Exª – o que se faz
para que o Executivo e o Legislativo Municipal cumpram com aquilo que estão
pregando e vendendo para a sociedade?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver.
Bernardino Vendruscolo, confesso a V. Exª que tenho aqui na minha frente os
dois Projetos de V. Exª e, em razão da quantidade de Projetos, eu não li e não
me preocupava hoje em fazer a análise. Mas, de qualquer forma, eu teria que
ouvir o nosso Procurador Velasquez para saber se nós podemos dispor da forma
que está colocado no Projeto de Lei de V. Exª, sobre o uso do Gás Natural
Veicular (GNV). Não sei se nós poderíamos determinar a quilometragem. Agora, o
segundo Projeto de V. Exª que é programar a adequação da frota, este me parece
que seja mais viável. E, de qualquer forma, eu acho que os dois merecem ser
estudados, porque é um assunto que diz respeito à economia e ao meio ambiente.
Então, parece-me que vale a pena ser estudado.
E, para finalizar, Sr. Presidente, eu faço 35 anos
na Câmara este mês, e só depois de 23 anos é que eu propus, pela primeira vez,
um Título de Cidadão de Porto Alegre, e está na Pauta do dia de hoje um Título
de Cidadão de Porto Alegre proposto por mim ao Engenheiro Emídio Marques
Ferreira. O Engenheiro Emídio, realmente, é uma pessoa que merece, por todos os
títulos, a homenagem que a Cidade vai lhe prestar, ele que é português de
nascimento. Mas é realmente, como bem colocou aqui o Ver. Todeschini, uma das
pessoas que mais conhece asfalto neste País, inclusive tem um novo tipo de
asfalto que facilita muito a recuperação dos pavimentos no início da sua
deterioração. Portanto, eu o faço com muita tranqüilidade. É um dos vinte
Projetos que estão em Pauta, mas é um Projeto que faz justiça a uma pessoa que
prestou relevantes serviços à Cidade. Ele se aposentou pela Secretaria de Obras
e Viação, como Diretor, exatamente da área de viação, área que cuidava das ruas
da Cidade. Depois, mais tarde, falarei sobre o valor dessa extraordinária
pessoa. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz,
demais Vereadoras e Vereadores, todos que assistem a esta Sessão, em primeiro
lugar, queria fazer referência ao Projeto do Ver. Dr. Goulart, que a Verª
Margarete já tratou, sobre a regularização das quadras de escolas de samba. No
dia 24 de maio de 2001, nós colocamos no Plano Plurianual da Legislatura
passada uma Emenda que exatamente tratava disso, meta: regularização das
quadras das escolas de samba, e fruto disso, que a nossa maneira de interferir
no Executivo é por intermédio do Orçamento, do Plano Diretor, através disso,
inúmeras escolas foram regularizadas, foram realizados comodatos já na gestão
anterior da Prefeitura, certamente ainda restando algumas, sendo justa e
legítima a aspiração. Portanto, nós somos favoráveis, mas realmente há uma
certa dúvida quanto ao caráter, se por intermédio de um Projeto de Lei. Na
ocasião, nós entendemos que o mais adequado seria por intermédio do Plano
Plurianual.
Queria também referir ao Projeto do Ver. Nereu
D’Avila, do PDT, que trata de assegurar à criança portadora de deficiência
física, mental ou sensorial prioridade de vaga na rede pública municipal.
Parece-nos um Projeto, Verª Neuza, bom, adequado, porque sabemos das
dificuldades dos portadores de deficiências, e muitas vezes a vaga é destinada
a uma escola distante. Então, a prioridade vai fazer com que a criança consiga
vaga na escola mais próxima a sua residência, facilitando, portanto, o
acompanhamento das aulas e aos seus pais também nessa questão.
Queremos também fazer referência ao Projeto do Ver.
Dr. Goulart, que dispõe sobre a obrigatoriedade do exame preventivo de câncer
do colo uterino, o conhecido exame citopatológico Papanicolau, que deverá ser
oferecido, pelo Projeto do Ver. Dr. Goulart, nas Unidades de Saúde do
Município. Todos nós sabemos que este é um exame muito importante e preventivo.
Sendo assim, nós também consideramos relevante este Projeto. De nossa parte,
queríamos fazer referência a dois Projetos que entram na Pauta no dia de hoje:
um Projeto de minha iniciativa, que cria a Semana Municipal de Controle da
Anemia Ferropriva, que deverá ocorrer a partir da última segunda-feira de março
de cada ano, para coincidir, de certa forma, com o primeiro mês de aulas,
quando os jovens passam a acompanhar as aulas nas suas escolas.
Quero dizer que devo a sugestão desse Projeto à
Dra. Lúcia Mariano da Rocha Sila, que tem um amplo trabalho no Centro de
Hematologia do Hospital de Clínicas e já faz um amplo trabalho no âmbito da Anemia
Falciforme, que foi um Projeto da nossa lavra também, o Dia da Anemia
Falciforme. E essa Anemia atinge um universo enorme de crianças,
principalmente, de seis meses a seis anos de idade. A Anemia Ferropriva não se
confunde com Anemia Fisiológica, não se confunde com Anemia Falciforme, deve
ter, portanto, acompanhamento médico. E é, na verdade, Dr. Raul, a carência do
ferro, o que significa a carência de hemoglobina, significa deficiência no
desenvolvimento físico, no desenvolvimento psicológico, etc, com problemas,
inclusive, imunológicos e assim por diante. E é, na verdade, uma carência
decorrente de uma falha alimentar, de um hábito alimentar equivocado e de um
abandono do aleitamento materno muito cedo, de um consumo muito elevado do
leite de vaca, o que provoca essa anemia
ferropriva. Concluo, dizendo que, em
razão de tudo isso, em razão do fato de que ela tem tratamento - que envolve
mudança de hábito alimentar, que envolve complementação de ferro via alimentos,
ou via medicamentos, que envolve, inclusive, a extensão do aleitamento materno
-, ela precisa se tornar mais conhecida, mais divulgada, bem como o seu
tratamento, para que a gente previna problemas sérios no futuro.
Infelizmente,
o tempo não me permitiu falar sobre o Projeto elaborado em conjunto com a Verª
Manuela d’Ávila, que trata do Prêmio Cidadania e Direitos Humanos Herbert de
Souza, o qual estamos dando, este ano, na modalidade personalidade, à
Jornalista Helena Martinho; ao Ministério Público Estadual e à Caixa Econômica
Federal. Mas, em uma outra oportunidade, estaremos nos manifestando sobre esse
assunto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada a discussão da Pauta.
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
recebemos gentilmente, pela Internet, da Verª Clênia Maranhão, o seguinte
e-mail (Lê.): “O Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e o Secretário de
Planejamento Municipal, Isaac Ainhorn, têm a honra de convidar V. Sas. para o
Ato de Assinatura do Decreto que institui, no ano de 2006, as comemorações dos
30 anos sem Jango, no âmbito do Município de Porto Alegre, a realizar-se no dia
1º de março, hoje, às 15h30min, no Salão Nobre do Paço dos Açorianos”.
Apresso-me a falar no período de Comunicação de Líder sobre esse assunto,
porque, mesmo que a Bancada do Partido Democrático Trabalhista o faça, eu
queria me associar a todo o Rio Grande, a todo o Brasil, que comemora, neste
ano, 30 anos da morte de João Goulart. João Goulart de São Borja, do Rio
Grande, do Brasil, Presidente da República, Ministro do Trabalho e
Vice-Presidente da República no Governo Juscelino Kubitschek, foi,
indiscutivelmente, uma das grandes figuras do século passado neste País, tendo
sido legitimamente eleito Presidente da República.
Por
vários motivos históricos, entre eles, o de 1961, e, depois, com o golpe de
1964, Jango nos deixou em definitivo. Deixou pedaços da sua família espalhados
pelo Brasil, foi embora para o Uruguai e, aos poucos, foi morrendo de saudade.
Foi morrendo de saudade do seu País, foi morrendo de desgosto pela sensação de
rejeição injusta, pela dor do seu amor-próprio ferido, já que, ocupando a
magistratura maior da Nação, foi retirado do cargo sem nenhum processo, sem ter
cometido nenhum crime, apenas porque ousou sonhar com um País menos desigual. É
esse que, depois de morrer no Uruguai - como diziam os antigos poetas, sem ver
novamente o seu País, onde cantavam os sabiás – teve o seu corpo trazido de
volta para o Brasil, para ser enterrado. Esse é mais um capítulo desse verbete
tão misterioso, que é o da volta do desterro, da volta morto, e é
principalmente a partir daí que começa a ser um dos mártires da nossa
democracia, dessa democracia que se compara a um vegetal extremamente tenro,
que precisa de todos os cuidados. João Goulart era um democrata, não iria
instalar nenhuma ditadura no País, porque não era do seu feitio. Sua bonomia,
sua paixão pelo País e seu encanto com as coisas do Trabalhismo, especialmente,
a homenagem que faço ao Partido Democrático Trabalhista da tribuna, é
exatamente essa fiança, esse aval a qualquer iniciativa da área da Educação e
fazendo jus aos trabalhistas que lutaram, desde Albuino Azeredo até Leonel
Brizola, no Rio de Janeiro, duas vezes, e aqui no Rio Grande do Sul, Alceu
Collares, que tiveram compromisso com a Educação, Vereadora e Professora Neuza
Canabarro. A Educação foi a bandeira especialmente nessa prevenção que se faz
da criminalidade, a prevenção a favor da segurança, quando temos uma escola
integral.
O
que nós sonhamos para o nosso País é que nossas crianças, ao saírem de suas
casas, especialmente de suas vilas, encontrem o luxo de uma escola onde o
aprendizado, onde a alimentação, onde todos os cuidados primários requisitados
pelo ser humano sejam exatamente uma ideologia no Partido. A isso nós nos
somamos nesta tarde em que, simbolicamente, singelamente, vamos até a
Prefeitura de Porto Alegre lembrar-nos deste homem que foi indiscutivelmente um
extraordinário brasileiro, um grande Presidente da República que somente a
instabilidade das instituições e, especialmente, o desencontro, esse maldito
desencontro das forças do Poder no País, fez com que tivéssemos amputado do
nosso convívio, durante muitos anos, tão longe, tão distante e para sempre o
João Goulart. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Somente
nesta 3ª Sessão de Pauta que venho a esta tribuna para falar um pouco sobre
este Projeto, assunto este que, ao longo de todos os anos, como Vereador - este
é o meu quarto ano, como Vereador, nesta Casa -, tenho batido, tenho
trabalhado, discutido coisas relacionadas à área da dependência química,
álcool, drogas e assim por diante.
Este
Vereador, preocupado com o alto consumo de bebidas alcoólicas, esse ligado com
a violência, com a pilotagem dos carros dessa meninada - a gente sabe que
álcool e direção não combinam em hipótese alguma - e percebendo também que,
cada vez mais, a juventude vem consumindo bebida alcoólica - os hospitais vêm
registrando cada vez mais a entrada de adolescente em coma alcoólica -
tornando-se mais etílica, alcoólica.
Venho
a esta tribuna para trazer um assunto no sentido de este Vereador não querer
ser um moralista, pois alguém disse outro dia: “... porque você é religioso!”
Mas religioso todo mundo é, até o ateu tem a sua forma religiosa de não
acreditar em nada. Cada um tem o seu ser superior: para alguns pode ser o
banco, o bolso, a dedicação do eu, a autoglorificação; para outros, ser
cristão, ser espírita, cada um tem a sua forma de religiosidade, eu tenho a
minha. Mas isso não tem nada a ver com a forma que eu acredito como religião,
isso tem a ver com o que se está vendo nas ruas: essa juventude, essa garotada
cada vez mais se espatifando no meio da lataria, no meio dos ferros retorcidos.
Então, este Vereador pensou num Projeto não para fechar bares - eu não quero
aqui fechar bares, restaurantes, quem sou eu para querer fechar alguma coisa -,
mas, e eu venho a esta tribuna para argumentar sobre esse Projeto, porque eu
gostaria que às 22 horas, pelo menos às 22 horas o álcool não fosse vendido do
jeito que é vendido, de uma forma criminosa, de uma forma irresponsável, com o
lucro acima da vida.
Muitos
dos senhores usam a caipirinha, a cerveja, mas de uma forma responsável. A
gente percebe que há um grupo de pessoas que se utiliza da bebida alcoólica
como a sua forma de lazer após o trabalho. Eu não estou aqui para julgar essas
pessoas, o álcool não serve para mim, mas o outro, de uma forma responsável, consome
a bebida alcoólica. Isso é algo que cada indivíduo tem que fazer a sua
avaliação. Mas a garotada não tem essa linha de raciocínio. A prova é que os
postos de gasolina, que são feitos para dar segurança para o cidadão, para o
motorista, se transformaram em estímulo, em incentivo ao consumo de bebida
alcoólica. Inclusive o autor do Projeto sobre bebidas alcoólicas em postos de
gasolina com loja de conveniências foi este Vereador, achei que na ocasião não
estava maduro - foi meu primeiro ano como Vereador -, achamos que precisávamos
discutir mais. A Verª Clênia Maranhão entrou com o Projeto, e tem todo o meu
apoio. A Verª Clênia Maranhão é uma pessoa que tem experiência, que tem muito
mais bagagem, que tem muito mais trajetória na política e está conduzindo de
uma forma majestosa esse Projeto, e tem todo o nosso apoio.
Nós,
vereadores, parlamentares, muitas vezes não queremos tomar posição ao lado de
um Projeto que é antipático. Hoje, por exemplo, quem dita a moda é a rapaziada,
a garotada. Os mais velhos são ultrapassados, são caretas, são quadrados, são
cafonas, são coisas dos nossos avós, de nossos pais. Nós, as pessoas de mais
idade, somos considerados pessoas descartadas. Hoje, quem dita as normas são os
jovens. Se os jovens dizem que devemos fumar maconha, que maconha tem que virar
moda, o Presidente da República rebaixa o padrão das leis para dar incentivo ao
consumo da bebida alcoólica como se vê hoje, ao consumo das drogas. Hoje
maconha virou cigarro quase que comum.
Então,
se os senhores trabalhassem com jovens drogados e alcoólatras como eu, todo
dia, na instituição que dirijo, talvez os senhores mudassem de opinião em
relação à própria bebida alcoólica que a princípio parece ser tão inofensiva. E
este Vereador veio com um Projeto para ajudar a disciplinar, mas está aberto
para Emendas, vamos discutir e ver, quem sabe, alguma alternativa, mas não
podemos permitir que a nossa rapaziada, nossos filhos, nossa juventude seja
sugada pelo esgoto da bebida alcoólica de uma forma criminosa!
Essa
Lei, se for aprovada, não é para fechar os bares, mas para trancar, para barrar
a bebida alcoólica após às 22h. Quem quiser beber, pegue sua bebida e leve para
casa. Agora, as instituições, o comércio, aquilo que é tido como entretenimento
noturno, entra numa outra Lei, não pega essa das 22h. Mas vão fechar os bares?
Não, só vamos parar com a bebida alcoólica às 22h, para, daqui a pouco, não
acontecer como está ocorrendo em outros Estados, em outros Municípios do
Brasil, que não é a bebida que está deixando de ser vendida às 22h, estão
fechando tudo às 22h, até o que não é para fechar.
Então,
peço aos amigos Vereadores que reflitam, todos nós temos filhos, temos
sobrinhos, temos netos, temos crianças, você, eu, e, a qualquer momento,
podemos ser atropelados por um motorista alcoolizado. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Enquanto
eu estiver presidindo as Sessões aqui na Câmara, eu não serei, e nunca fui,
mesmo nas épocas em que eu era Presidente, rigoroso com o tempo, só peço consciência
dos Srs. Vereadores para quando chegar no final do seu tempo, irem encerrando a
sua fala, senão as Sessões se arrastam por muito tempo.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Ver.
Luiz Braz, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, em primeiro lugar quero agradecer à
companheira Sofia Cavedon por este tempo e dizer que me sinto sempre muito
honrada em representar o meu Partido, o Partido dos Trabalhadores.
Nós,
do Partido dos Trabalhadores, respeitamos o carnaval porque nós gostamos da
arte, da cultura popular e porque vemos nessa expressão carnavalesca também uma
luta anti-racismo. Neste momento, quero cumprimentar os carnavalescos da nossa
Cidade, cumprimentar os Vereadores e Vereadoras que prestigiaram esse momento
cultural e artístico da nossa Cidade, em nome do Ver. Comassetto e da Verª
Manuela d'Ávila, cumprimentá-los por sua atuação, por sua dedicação a essa
festa popular.
Quero
fazer um registro, não muito bom, de que alguns jornalistas da nossa Cidade,
quando éramos Governo, davam a impressão de que não queriam que o nosso Governo
resolvesse essa questão da Pista de Eventos, resolvesse com a construção do
Complexo Cultural do Porto Seco. Houve um jornalista que todos os dias na
rádio, sem nenhuma trégua, falou mal, que não iria dar certo, e, quando nós
inauguramos, não elogiaram. Mas agora estão reconhecendo. Que bom! Quero dizer
que é muito bom, isso merece aplausos, porque eu jamais vou pensar que eles
estão elogiando porque agora o Prefeito é o Fogaça.
Também gostaria de fazer um registro, no segundo
carnaval desse Prefeito, 99,9% das obras do Porto Seco foram feitas pelo
Governo do João Verle. A minha Escola, o Estado Maior da Restinga, a Escola do
Ver. Comassetto, fez uma homenagem ao João Verle, inclusive Vereadores e
Deputados de outros Partidos reconheceram quantas coisas esse Prefeito
conseguiu resolver. Agora, no segundo carnaval, eles poderiam ter desenvolvido
um pouco mais essas obras - parece que não há reconhecimento para essa festa
popular por esse Governo.
Em segundo lugar, Ver.
Luiz Braz, eu queria falar sobre uma questão recorrente nesta Casa, e, com
muita moral, em nome da minha Bancada, de cada Vereador daqui, em nome do PT,
dizer que nós não aceitamos acusações genéricas de que o PT roubou. Eu não
aceito mais essa expressão, nós não aceitamos nesta Casa, porque parece que
esse problema aconteceu só com o Partido dos Trabalhadores. Nós não aceitamos
isso de nenhum Vereador, de nenhuma Vereadora desta Casa, nem do FHC! O PT -
Nacional - está processando o ex-Presidente FHC por essas acusações
inverídicas. Essas pessoas que dizem isso deveriam se espelhar na gente, e, com
muita dignidade, deveriam ter autocrítica. Nós temos e tivemos autocrítica. E
deveriam se lembrar de Eduardo Azeredo, de Roberto Brant, de Jader Barbalho, do
PP, do PL, que estão sendo tão investigados quanto o Partido dos Trabalhadores.
Com muita dignidade, com muita autocrítica, nós reconhecemos que alguns dos
nossos erraram. Mas quem inventou o “valerioduto” foi o PSDB - temos certeza
disso -, não fomos nós. Isso não desculpa os nossos do PT.
Nós nos animamos muito com a nossa militância, com
esse sujeito coletivo que é a militância do PT, que compareceu em massa à
votação do PED – Processo Eleitoral Direto – que, mesmo constrangida, ferida,
resistiu com honradez e com ética.
E quero dizer, por fim, que nós estamos vivendo,
Verª Sofia, um ano eleitoral em que as pessoas têm oportunidade de avaliar,
comparar os índices de desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul, antes
e depois de Lula, antes e depois de Rigotto. Então, como é que o Brasil se
comportou? Como é que o Rio Grande do Sul se comportou? Todas as pessoas têm o
dever, têm o direito de votar, e aí surge no Rio Grande do Sul algo que também
é recorrente, que é um pacto.
Agora, nós não vamos mais avaliar o Governo
Rigotto, ele não existiu, é um problema estrutural; estranho que esse problema
estrutural seja só no Rio Grande do Sul e não seja percebido no Brasil como se
não houvesse responsabilidade dos Governos.
E aí eu quero colocar, permita Ver. Luiz Braz, as
pessoas têm que pensar como era antes e como estão as questões, por exemplo, de
segurança, um verdadeiro tormento na vida das pessoas no Rio Grande do Sul,
hoje, e o Ver. Carlos Todeschini tem uma proposta muito séria para ajudar a
resolver essa questão.
O Rio Grande está melhor em termos de Segurança?
Por acaso está pacificado hoje? Eu acho que a Brigada Militar, que nós
respeitamos, infelizmente, a cada dia que abrimos o jornal, há alguma coisa que
ela fez que não deveria ter feito. Como é que está o Rio Grande do Sul em
termos de Educação? E a Universidade do Estado do Rio Grande do Sul, a UERGS?
Ela sequer foi mantida, será que ela não deveria ter sido aperfeiçoada no novo
Governo? Deveríamos pensar nos problemas sociais, nos programas sociais. No
tempo do FHC existia algum programa social, por acaso? Nós deveríamos pensar na
juventude, Verª Manuela. Existia alguma coisa antes que pensasse nessa
juventude sem futuro que existe hoje?
Então, para concluir, eu quero dizer que, em nome
da Bancada do meu Partido, ao invés de ofensas pessoais nesta Casa, nós estamos
convidando os Vereadores do PSDB, da oposição, do PMDB, de todos os Partidos,
para fazermos o bom debate, o debate das nossas idéias, dos nossos conceitos,
das nossas competências, das nossas experiências no Governo. Essa é a obrigação
desta Casa; não é apenas escrever leis, como se queixa muito, e às vezes com
razão, o Ver. João Antonio Dib; é fiscalizar o Executivo, é discutir o futuro
do nosso País. Muito obrigada e desculpa por eu ter me passado no tempo,
Vereador. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL: Boa-tarde a todos, Presidente da
Mesa, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores, aqueles que nos assistem, é com muita
satisfação que eu estou novamente assumindo mais um período aqui na nossa
Câmara de Vereadores. E a satisfação é dupla, em função de eu estar aqui, mais uma vez, defendendo algumas coisas
que eu julgo serem importantes para a nossa sociedade, e, ao mesmo tempo estar
assumindo na vacância do Ver. Sebastião Melo, que está empenhado com força na
candidatura do nosso Governador, Germano Rigotto, que tem a idéia de concorrer
à Presidência da República.
Eu
gostaria de deixar também uma saudação, um carinho em relação aos 30 anos da
passagem de João Goulart, com quem tive a honra de, quando criança ainda, em
Capão da Canoa, conviver, também com Leonel Brizola. Ainda me lembro do período
em que tomava coca-cola na beira do mar com Brizola e, de vez em quando, com
João Goulart.
Eu gostaria de pedir o apoio dos nossos nobres Vereadores
com relação a um Projeto que eu julgo muito importante, que vai entrar no
período de discussão e votação nesta Casa, que trata do planejamento familiar.
Pelos meus 25 anos de atuação em Saúde pública, comunitária, julgo ser
extremamente importante a gente dar oportunidade para que as pessoas usufruam o
direito humano fundamental de terem o equilíbrio familiar, de planejarem as
suas famílias e darem uma educação digna para os seus filhos. Esse Projeto é
basicamente propositivo no sentido de autorizar a Prefeitura de Porto Alegre a
criar um Centro de Planejamento Familiar. Nos postos de saúde se nota que as
pessoas estão muito necessitadas; elas precisam de uma solução mais forte nessa
área, precisam que as questões sejam encaminhadas, desde a orientação sobre a
pílula anticoncepcional, a camisinha, até para casos de vasectomia, de ligadura
de trompas. Há inclusive pessoas que não conseguem - porque não têm recursos -
ter uma prole, pessoas que têm dificuldade para conseguir ter um único filho.
Eu acredito que seria muito interessante que as pessoas tivessem acesso direto
ao Centro de Planejamento Familiar pela Rede Pública, pelo Sistema Único de
Saúde, em que a gente teria uma equipe multidisciplinar atendendo à sociedade.
Então,
eu gostaria de um carinho especial para esse Projeto, para que as pessoas
vissem que nós precisamos realmente de ações propositivas. Eu não vejo uma
solução maior para a nossa sociedade que não envolva o planejamento familiar,
se nós quisermos resolver as questões da Educação, da Segurança, enfim, as
questões gerais da nossa comunidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu gostaria de tratar
aqui, no dia de hoje, de algumas contradições existentes, Verª Neuza Canabarro,
da Educação no nosso País. No cenário nacional - e a gente tem debatido aqui
neste plenário, por diversas vezes - nós vemos a inversão da lógica de se
pensar na Educação, a inversão da lógica do que nós chamamos de sucateamento da
Educação pública.
Nós
vimos, Ver. Ervino, que me assiste atentamente, há pouco tempo a aprovação do
Fundeb - o Fundo para Educação Básica -, que aporta recursos inimagináveis para
a Educação no nosso País, históricos, diga-se de passagem. Nós vimos a reversão
de uma lei que tratava o Ensino Técnico, no nosso País, como o ensino daqueles
que “apertam apenas os parafusos” e não pensam na tecnologia, para em pouco
tempo ser transformado no ensino de quem pensa a tecnologia. E vemos,
cotidianamente, a inauguração de novos Centros de Ensino Tecnológico Federal,
os nossos Cefets, no nosso País. Vimos em Passo Fundo a abertura de um Cefet;
em Canoas a abertura de uma outra Escola Técnica, o que demonstra, também, a
alteração da lógica de como se trabalha a Educação pública, de como se pensa na
Educação pública dentro do projeto de desenvolvimento do País, porque nós
sabemos - nós que acreditamos na Educação pública - que a Educação é, senão o
principal, um dos principais instrumentos para tornarmos o nosso País
independente, soberano, e autônomo. E essa inversão da lei, das Escolas
Técnicas que retomam o Ensino Técnico como Ensino Médio, além da questão da
soberania, do desenvolvimento científico e tecnológico, traz também a questão
de classe, porque nós sabemos que os estudantes da rede de Escolas Técnicas são
aqueles que precisam ter uma profissão, e quando nós desmembrávamos o Ensino
Técnico em pós e médio, nós afastávamos esses estudantes das Escolas Técnicas
Públicas do nosso País.
Nós
também assistimos, nesse mesmo período, a dois outros debates importantes: o
debate da reforma e o debate do Prouni. Porque eu afirmo, e vou apenas destacar
um elemento da importância desses dois aspectos, eu poderia trabalhar aqui com
os números, com a felicidade individual de cada um dos jovens que vai ingressar
na universidade, entretanto eu acho que se nós pegarmos simplesmente o aspecto,
Verª e Prof.ª Neuza Canabarro, da formação dos nossos professores, nós já teremos
marcado com o Prouni e com a Reforma Universitária um gol de placa. Por que é
que eu digo isso? Porque tanto a Reforma Universitária quanto o Prouni
privilegiam a formação nas licenciaturas, quando nós, por oito anos
consecutivos, vimos os cursos de licenciatura - Pedagogia, Educação Física,
Biologia, mesmo Ciências Sociais, que é o meu curso na Universidade - terem as
suas habilitações da licenciatura completamente esvaziadas. Tudo porque a arte,
o ofício de dar aula era, dia a dia, descaracterizado, desvalorizado,
subvalorizado, como se simplesmente não fizesse nenhuma diferença termos
professores capacitados ou não para a nossa Rede Pública de Ensino.
O
Prouni e a Reforma Universitária resgatam essa característica de qualificar os
nossos professores e transformar esses professores em agentes cada vez melhores
na condução da Educação pública.
Eu
fiz esse apanhado geral, Ver. Luiz Braz, porque eu acho que nós temos de situar
qual é a contradição que existe na Educação. Nesse mesmo momento, Ver. Ervino,
em que nós vemos todos esses avanços - que são avanços que todos os defensores
da Educação pública reconhecem, não há divergência - acontecerem em nível
federal, no nosso Estado nós vemos o abandono completo da Educação por parte do
Governador - ou ex, ou licenciado, nós nem sabemos direito como nos referir ao
Governador eleito pelo povo, pela maioria do povo gaúcho, o Governador Germano
Rigotto.
Nós
vimos, na UERGS, justamente os cursos de formação de professores, as unidades
que formam professores serem fechadas cotidianamente. Nós vemos, inclusive, uma
unidade da nossa Universidade Estadual ter aulas dentro do Hospital
Psiquiátrico São Pedro, ou seja, refletindo a falta de investimentos e de
compreensão sobre o papel da qualificação dos nossos professores, de como isso
reflete na Rede Pública de Ensino.
Nós
vemos também - e isso me causa mais espanto - as manifestações contraditórias
do Secretário de Educação, José Fortunati, com relação à greve do CPERS ou às
suas assembléias. É inadmissível que um Secretário de Estado diga que as aulas
da rede estadual de ensino vão começar tranqüilamente, quando, naquele mesmo
horário, estará acontecendo a assembléia do Sindicato dos Professores do nosso
Estado! É inadmissível, ainda mais quando se trata de um Secretário que foi
forjado nas lutas do CPERS. Ninguém aqui tem bola de cristal para prever o que
vai acontecer numa assembléia. Independente do resultado da assembléia do
CPERS, essa assembléia é um espaço legítimo, cabe ao Secretário simplesmente
reconhecer, inclusive, porque daquele espaço conseguiu sua primeira
visibilidade pública para, então, eleger-se Deputado Estadual. Nós temos que
reconhecer esses espaços, temos que compreender que a assembléia do CPERS, como
os outros espaços de reunião de professores, para ver, para averiguar a
situação real do ensino no nosso Estado, são espaços legítimos, são espaços que
ajudam, que elaboram, que constroem a realidade da Educação pública no nosso
Estado. Não reconhecer, ignorar, ou simplesmente fazer de conta que não conhece
não ajuda os estudantes da Rede Pública de Ensino, não ajuda na melhoria da
qualidade do ensino do nosso Estado, e, sobretudo, não ajuda a chegar ao
resultado que todos queremos: que as aulas comecem, que os professores consigam
as suas vitórias.
Causa-nos
estranheza também que tudo isso se passe justamente, Ver. Bernardino, quando o
nosso Governador eleito pelo povo... Porque é isso que vale, o povo elegeu um
Governador que se licenciou por disputas internas do seu Partido, vejam bem, o
Partido é menor que a sociedade. Enquanto tudo isso acontece, o nosso
Governador está na Sapucaí fazendo campanha para as prévias, no mesmo dia em
que homenageamos os 30 anos da passagem de João Goulart, que foi um dos maiores
lutadores pela Educação pública deste País. Acho que é um dia, Ver. Luiz Braz,
para refletirmos sobre o que queremos para a Educação pública do nosso País, o
que queremos para a juventude que está nessas escolas e que, amanhã, não vai
começar a ter aulas, o que queremos de fato como futuro para o nosso País a
partir da Educação. Digo isso prestando uma singela homenagem de nosso Partido
aos 30 anos da passagem desse grande trabalhista, grande lutador pela Educação,
inclusive, João Goulart. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Nós temos um convite do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, José Fogaça, e
do Secretário do Planejamento Municipal, Isaac Ainhorn, convidando para o Ato
de Assinatura do Decreto que institui no ano de 2006 as comemorações dos 30
anos Sem Jango, no âmbito do Município de Porto Alegre, a realizar-se às
15h30min, do dia 1º de março de 2006, no Salão Nobre do Paço dos Açorianos. Nós
vamos solicitar que duas Lideranças da Casa possam representar a nossa Casa
nesse ato, para que possamos, aqui, continuar com a nossa Sessão Ordinária, já
que, daqui a pouco, vamos entrar na Ordem do Dia.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, causou inquestionável
e profunda comoção, diríamos assim, na sociedade brasileira, a lamentável
decisão do Supremo Tribunal Federal. Falamos com pessoas, famílias. Quando, no
País, a impunidade grassa, o Supremo Tribunal Federal entende que a Lei dos chamados
crimes hediondos, a Lei nº 8.072 é inconstitucional. Vejam bem, o que são
crimes hediondos? Todos sabemos, a sociedade sabe o que é crime hediondo: é
toda ordem de crimes que atingiram, atingem um patamar de bestialidade, Ver.
Ervino Besson, incompreensível. Então, desde 1990, com a referida Lei, dava-se
o tratamento mínimo que tem que se dar, que era não permitir a progressão da
pena, ou seja, regime fechado, questão elementar nos países que combateram a
delinqüência. Pois bem, o Supremo Tribunal Federal derrotou a sociedade
brasileira enlutada e deu a vitória às quadrilhas neste País, porque o crime
hediondo, hoje, está organizado, é o crime de quadrilha, é o crime de
extermínio, é o crime de tortura, é o latrocínio, e por aí vai. Então, espanta
a sociedade brasileira a decisão lamentável do Supremo Tribunal Federal, que
não compreendeu; aliás, Brasília, aquela ilha lá, Brasília é aquilo lá mesmo, é
aquela “ilha da fantasia”, parece que o Brasil não passa por Brasília; eles
estão longe da problemática do povo brasileiro! Esta é a idéia que a Nação,
hoje, está fazendo sobre Brasília.
Então,
o Supremo Tribunal Federal, na sua torre de marfim, toma essa decisão contrária
à sociedade e à família brasileira, quando, de 1990 para cá, nós tivemos, antes
pelo contrário, o crescimento vertiginoso da ação delinqüente, da ação
violenta, enlutando famílias e a sociedade brasileira. E, agora, o Supremo
Tribunal Federal, decorridos 15 anos da Lei, da aplicação da Lei nº 8.072, vem
dizer à Nação que a referida Lei é inconstitucional. É lamentável, quero deixar
aqui transcrito nos Anais todo o anseio de frustração da família brasileira, da
sociedade brasileira, que foi derrotada pelas quadrilhas!
O
Supremo Tribunal Federal toma uma decisão em favor do crime e não do combate ao
crime. Então, fica aqui toda a nossa indignação para dizer, Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, que é incrível que aquele que comete um
latrocínio, que estupra uma menininha e mata, em dois ou três anos já vai estar
em liberdade, porque a gente sabe como funciona a progressão da pena.
E
quero dizer, Ver. Luiz Braz, que eu faço júri popular; eu sou um advogado que
faz júri popular. Agora, se comparar, veja V. Exª, o crime hediondo com o crime
comum, por exemplo, que se dá, muitas vezes, quando duas pessoas se
desentendem, há uma infelicidade, um vem a lastimar, a matar o outro, isso é
uma coisa. Agora o crime hediondo não, os crimes hediondos têm qualificativos.
Então, como a sociedade brasileira pode aceitar essa brutalidade, essa decisão
lamentável do Supremo Tribunal Federal? Lamentável a decisão do Supremo
Tribunal Federal que, depois de 15 anos, diz que a referida Lei é
inconstitucional. Então, é a derrota da sociedade, é a derrota da família, é a
derrota da paz e a vitória das quadrilhas e de seus segmentos, sim, porque o
crime é organizado hoje, o crime hediondo é crime de quadrilhas, são quadrilhas
organizadas.
Fica,
portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a nossa
indignação à decisão lamentável do Supremo Tribunal Federal. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Recebe
os merecidos aplausos da Casa o pronunciamento do Ver. Elói Guimarães.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Luiz Braz, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, saúdo a todos; primeiramente, meu caro Presidente, eu sugiro a V. Exª
que esse pronunciamento do Ver. Elói Guimarães - pela história desse Vereador,
um grande advogado que já foi Presidente desta Casa, que tem uma trajetória
limpa, íntegra na sua vida como homem público que defendeu, na sua trajetória,
diversas funções nesta Cidade - fosse mandado ao Supremo Tribunal Federal,
sendo subscrito por todos os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras desta
Casa. Portanto, meu reconhecimento ao Vereador, acho que não só meu, acho que
de toda Casa, porque V. Exª, ao término do seu pronunciamento, recebeu os
aplausos dos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras presentes nesta Casa.
Meus
caros colegas Vereadores, eu sempre digo que nós, homens públicos - homens e
mulheres - temos uma passagem nesta vida, cada um de nós vai deixar uma
história. E hoje é um dia extremamente importante.
Quando, aqui, alguém fala da história de Getúlio,
Jango e Brizola, todas as Bancadas que se manifestam o fazem com muita
convicção, com muito conhecimento da trajetória desses homens.
E hoje faz 30 anos que o Jango partiu.
A maioria dos Vereadores e Vereadoras que aqui se
pronunciaram o fizeram com muita emoção, inclusive sobre a história de Jango. A
sua trajetória como homem público, de homem que carregou a bandeira desta Nação
no seu peito em honra e homenagem ao nosso povo.
Portanto, passo a ler o Requerimento, que entregarei
à Mesa, subscrito pela Bancada do PDT, e tenho certeza de que a maioria dos
Vereadores concordará com seu teor, que diz o seguinte: “Requer que a Câmara
Municipal de Porto Alegre se faça representar no ato de assinatura do Decreto
que institui, no ano de 2006, as comemorações dos 30 anos sem Jango, no âmbito
do Município de Porto Alegre, a realizar-se às 15h30min, do dia 1º de março de
2006, no Salão Nobre do Paço dos Açorianos.
“Sr. Presidente, os Vereadores que subscrevem este Requerimento
requerem a V. Exª, com fundamento no art. 94, do Regimento da Câmara Municipal
de Porto Alegre, tendo em vista o convite do nobre Prefeito desta Cidade, Dr.
José Fogaça, e do Secretário do Planejamento Municipal, Isaac Ainhorn, que,
após os trâmites regimentais, a Câmara Municipal de Porto Alegre se faça
representar no evento, convidando todos os Senhores Vereadores e Vereadoras a
comparecerem nesse ato.
Sala das Sessões, 1º de março de 2006.” Este
Requerimento é subscrito pela Bancada do PDT.
E, como já disse, tenho falado com as diversas
Bancadas, até pelos seus pronunciamentos, e pode-se observar que a maioria dos
colegas Vereadores e Vereadoras concordam com que a Câmara se faça presente, na
medida do possível ou na totalidade, por meio de seus Vereadores e Vereadoras,
pela história de Jango, pelo que representou em sua rápida trajetória na honra
desta Pátria, em homenagem ao nosso País, Ver. Dib. Passo o Requerimento às
mãos do nobre Presidente, Ver. Luiz Braz. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PAULO ODONE (Requerimento): Sr. Presidente, apenas para manifestar
que a minha Bancada - a Verª Clênia, Líder do Governo, e nós - e eu,
pessoalmente, até pelas relações familiares que tive com o Dr. João Goulart,
minha esposa é sobrinha dele, solicitaria a Vossa Excelência que acatasse a
solicitação do Ver. Ervino, porque esta Casa tem de comemorar a vida de um
gaúcho, que foi o estadista João Goulart, e que o Prefeito oficializa, hoje,
incluindo no Programa Oficial do Município, de hoje até o dia de sua morte,
neste ano em que se comemora os trinta anos de sua morte, relembrar essa figura
que pode ter sido controvertida, que no passado teve muitas divergências, mas
que hoje todos concordam que tinha uma visão de estadista.
Então
eu pediria a Vossa Excelência, em nome da nossa Bancada e meu, pessoalmente,
que acatasse e que a Câmara pudesse suspender os trabalhos para que pudéssemos
participar desse ato no Paço Municipal.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver.
Paulo Odone, tenho muito respeito e muito carinho por Vossa Excelência, mas
quero ponderar alguns aspectos da nossa Sessão: agora são 15h36min, o convite
foi feito para às 15h30min. Nós poderíamos muito bem mandar representantes,
como já pedimos para que a Verª Neuza fosse até o Paço Municipal nos
representar, e nos sentiríamos honrados se Vossa Excelência também pudesse nos
representar como instituição no Paço Municipal, nesse ato.
Agora,
acredito, Vereador - e aí é uma ponderação que este Vereador faz pela
Presidência -, que se nós suspendermos os trabalhos, não vamos mais retomá-los;
será a mesma coisa que encerrarmos a Sessão. Eu pediria aos Srs. Vereadores que
tivéssemos lá uma representação de Vereadores para que esta Casa se sentisse
bem representada, mas que não suspendêssemos os trabalhos, que pudéssemos,
aqui, prosseguir, entrássemos na Ordem do Dia e votássemos as matérias que
temos de votar. É a solicitação que este Presidente faz para todos os
Vereadores. Mas que tenhamos uma representação lá.
O
SR. PAULO ODONE: Se
Vossa Excelência entrar na Ordem do Dia e fizer a verificação de quórum, tenho
certeza de que V. Exª vai ver que nós não formaremos quórum, exatamente para
podermos participar da homenagem. É uma solução.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O que será uma pena, que não tenhamos quórum, hoje, aqui, para prosseguirmos a
Sessão.
O
SR. PAULO ODONE: Eu acho
que seria um ato de grandeza da Câmara, Presidente, diante da razão que motiva
isso.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Nobre Ver. Luiz Braz, eu quero respeitar os argumentos de Vossa Excelência, que
são corretos e muito bem colocados. Eu creio que poderia ter sido outro o
horário. Mas, lamentavelmente, se V. Exª quiser entrar na Ordem do Dia,
visivelmente não há quórum. E agora é o momento de se entrar na Ordem do Dia e
visivelmente não há quórum. Eu pondero isso a Vossa Excelência.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Os
argumentos trazidos por V. Exª são questionáveis, mas nós podemos usar os
instrumentos regimentais, e, de forma voluntária, não formarmos quórum. Veja,
V. Exª, que é diferente do que a Casa não ter quorum, porque os seus Vereadores
aqui não compareceram. Então, nós vamos utilizar os instrumentos regimentais
para atingir as finalidades aqui colocadas nos microfones dos apartes. Sou
grato a Vossa Excelência.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu
acho lamentável que a gente pense em interromper uma Sessão para irmos a uma
homenagem de quem quer que seja, por mais importante que seja o personagem. Eu
acho que nós estamos aqui para trabalhar, e para isso deveríamos continuar com
a Sessão. Infelizmente parece que não vai haver quórum, mas isso para a
sociedade é profundamente lamentável, num momento em que olhamos para a classe
política, e nós somos parte dela, olhamos com o olho de três cantos. As coisas
não são assim não! Ou não deveriam ser assim.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo
Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, quero,
de antemão, saudar a presença da minha nobre colega de Bancada, que hoje
integra os trabalhos da Câmara, mas quero também, nobres colegas, me
solidarizar com o passamento dos 30 anos do Dr. João Goulart, Presidente da
República que fez parte marcante da história do Brasil e do nosso Rio Grande.
Mas, cumprindo com a determinação, em nome da Bancada do Partido da Frente
Liberal, quero fazer alguns pequenos e rápidos comentários sobre o que ouvimos,
hoje, neste Plenário: um pedido da Bancada do PT, feito pela Verª Margarete
Moraes, um pedido em nome do PT, para que fizéssemos, doravante, um bom
debate. Eu acho que esse bom debate é necessário e eu acredito que todos nós,
que ela nominou como oposição ao PT, não haveremos jamais de sair do bom
debate. E o bom debate, eu julgo, Ver. João Antonio Dib, se reveste de uma boa
ética, de uma moral e de uma dignidade inerente, e que tem de fazer parte e tem
de ter os atributos da política e do Poder Público. Nós, como responsáveis
pelos momentos atuais, mesmo no bom debate, nós não podemos nos calar quando a
ética, quando a moral, quando a honestidade da política não é acatada, não é
respeitada. Então, o bom debate não pode deixar passar despercebido e nós temos
de denunciar desta tribuna, ou da tribuna que for, as controvérsias políticas
do mundo de hoje é um dos nossos compromissos.
Eu não concebo como uma boa ética política de uma
Nação, um filho de um Presidente estar sendo subsidiado por uma empresa, por
uma concessionária, a cinco milhões de reais por ano. Por mais legal que seja,
não haveria Presidente da República de país algum que subsistiria a essa
demanda, o filho dele, do dia para a noite, se tornar milionário e continuar,
ano após ano, repetindo isso. Para mim, é uma falcatrua à ética e à moral.
Também não posso me calar, quando vejo aqui, em
nome do PCdoB, a nobre Verª Manuela d’Ávila que, infelizmente, não está aqui
presente, mas gostaria de responder, quando ela quis criticar o nosso
Governador do Estado do Rio Grande do Sul por ele pedir o afastamento do
Governo do Estado para fazer uma campanha política. Eu acho que esse é o
verdadeiro sentido do homem público, quando ele se encaminha politicamente a
buscar os votos desta Nação,
renunciar ao seu cargo, renunciar à sua remuneração, e não ficar como os
outros, 365 dias por ano recebendo e viajando por este Brasil só fazendo
política. E ela também não se lembra das controvérsias políticas do Líder do
Partido, Aldo Rebelo, que esqueceu que tinha que entregar o apartamento,
deixando a sogra morar numa residência funcional em Brasília, em vez de
entregá-lo como devia ser feito, a bem da ética e da moral da política
brasileira.
Outra
coisa que eu não posso me calar é ver o Movimento Sem Terra, Srs. Vereadores,
2.500 pessoas continuam acampados após três anos de Administração do PT, e vejo
no jornal, hoje, apenas 200 famílias assentadas. Que política fundiária é esta
do Partido dos Trabalhadores? Apenas 200 famílias, quando a promessa foi de
2.500! E é tão fácil assentar agricultores que sabem trabalhar, é só dar
financiamento, condições para eles trabalharem, eles não precisam invadir
terras.
Sr.
Presidente, esse é um bom debate ao qual nós não podemos fugir, é a nossa
função de homens públicos de denunciarmos aquilo que nós não concordamos, que a
sociedade não concorda. Eu acho que ontem não estava melhor do que hoje,
infelizmente, e eu gostaria que hoje estivesse melhor do que ontem, tivéssemos
mais empregos, tivéssemos mais segurança, tivéssemos menos juros, menos
encargos, menos impostos, e que estivéssemos crescendo como o resto do mundo está
crescendo, não apenas pifiamente a 2,3%, abaixo de todas as previsões de nosso
País. Muito obrigado.
(Revisado
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que
política é a arte de realizar o bem comum. Na política se busca a conquista do
poder exatamente para a realização do bem comum e não para se servir. Eu digo
isso porque ontem assistindo um programa na televisão, em menos de cinco
minutos, por três vezes eu ouvi e vi uma propagando do Governo Federal dizendo
que os 2 bilhões de reais para o sistema viário nacional, para as nossas
rodovias, passaram para 6 bilhões. Excelente, eu fico contente, vão resolver o
problema das nossas rodovias. Todas as três vezes era o mesmo texto, a mesma
figura: o Presidente da República aparecia dirigindo um trator.
Ora, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, isso não é servir. Isso é ser servido, é buscar ser servido. Ele
não está servindo o País, ele não está cuidando dos buracos dessas estradas.
Ele está cuidando do buraco para sua eleição. Ele tinha que fazer uma campanha
publicitária violentíssima, porque houve uma pesquisa que mostrava que ele não
seria eleito nem no primeiro nem no segundo turno. Então, precisava colocar a
máquina em funcionamento. E a máquina que ele tinha para colocar era a
publicitária.
Nós
crescemos 2,3% e a nossa população cresceu mais do que isso. Nós temos, segundo
ele, quatro milhões de empregos. Mas quatro milhões de jovens com 18 anos
entraram no mercado e não têm trabalho. Só o Presidente da República que diz
que tem trabalho para todos. Nos nossos gabinetes, qual é a maior procura?
Trabalho. E já não estão mais escolhendo trabalho. Há profissionais liberais
querendo trabalhar em qualquer coisa. E o Presidente da República diz que criou
empregos com carteira assinada. Agora, ele vai cobrar dois dólares na passagem
para o Exterior para cuidar da fome e da miséria no mundo.
Ora,
o Presidente tinha muito mais o que fazer. Tinha que sentar e administrar. Eu
não digo que ele não deva viajar aos Estados. Deve sim. Mas viajar para o
Exterior tantas vezes quantas viajou, e num avião que não é brasileiro, que
poderia ser da Embraer, que vende avião para os Estados Unidos, para o Canadá,
vende para a Europa. Ele viaja no avião que mandou fazer e ainda reforma o bar.
Mas é verdade que ele está abstêmio, segundo o seu Ministro do Planejamento, há
40 dias, agora devem ser 50 - não sei se no Carnaval ele manteve essa
abstinência. Mas eu acredito que ele esteja abstêmio. Ele está
mais magro, tirou fotografia na praia. Fotografia de Presidente da República na
praia eu não tinha visto ainda. Mas ele é um Presidente popular, tão popular
que precisa fazer propaganda repetida em cinco minutos, e no horário mais nobre
da televisão. E podem ter certeza de que não era aquele horário obrigatório, em
que todas as televisões e rádios têm que dar o horário. Não, não era naquele! E
a mesma publicidade! Será que não tinha nem imaginação e nem criatividade para
fazer uma outra publicidade? E aí ficam aqui criticando o Governador Rigotto,
que se licenciou, sem ônus para o Estado, e foi lutar por uma idéia que ele
tem, que ele persegue; e pouca gente faria isso!
Eu não sei mais analisar
bem o que é política, se realmente política é a realização do bem comum ou o
aproveitamento da oportunidade para se servir melhor. Eu não sei! Mas continuo
pensando que política é a realização do bem comum. Espero e tenho certeza de
que a maioria dos meus Pares aqui na Casa pensam a mesma coisa, porque senão a
coisa vai muito mal. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não há mais
Lideranças para se pronunciar. Temos representantes no Paço Municipal para o
ato de abertura da homenagem a João Goulart. Peço que a Diretoria Legislativa
faça o registro desses Vereadores que porventura estejam lá em representação
desta Casa.
Srs. Vereadores, comunicamos que cinco Vereadores
encontram-se em representação: Verª Neuza Canabarro, Ver. Paulo Odone, Verª
Clênia Maranhão, Verª Maristela Maffei e o Ver. Elói Guimarães, portanto não
contam para o quórum.
Não há quórum, portanto estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h54min.)
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